Friday 25 January 2008

As aparências enganam


As aparências enganam, aos que odeiam e aos que amam Porque o amor e o ódio se irmanam na fogueira das paixões. Os corações pegam fogo e, depois, não há nada que os apague... Se a combustão os persegue, as labaredas e as brasas são O alimento, o veneno e o pão, o vinho seco, a recordação Dos tempos idos de comunhão, sonhos vividos de conviver...
As aparências enganam, aos que odeiam e aos que amam Porque o amor e o ódio se irmanam na geleira das paixões. Os corações viram gelo e, depois, não há nada que os degele... Se a neve, cobrindo a pele, vai esfriando por dentro o ser Não há mais forma de se aquecer, não há mais tempo de se esquentar Não há mais nada pra se fazer, senão chorar sob o cobertor...
As aparências enganam, aos que gelam e aos que inflamam Porque o fogo e o gelo se irmanam no outono das paixões Os corações cortam lenha e, depois, se preparam pra outro inverno... Mas o verão que os unira, ainda vive, e transpira ali — Nos corpos juntos na lareira...na reticente primavera... No insistente perfume de alguma coisa chamada amor...

No comments: